Se você quer conhecer mais profundamente a psicanálise e os pensamentos de Sigmund Freud, abaixo segue uma lista de livros que considero mais importantes com suas respectivas sinopses, bem como os links de compra. Mas, atenção: NÃO JULGUE ESSES LIVROS PELA CAPA!
ESTUDOS SOBRE HISTERIA (1885)
No final do século XIX as neuroses que se manifestavam por meio de somatizações, alucinações e angústias eram chamadas de “histerias”. Para estudar esse fenômeno, Freud escreveu junto com o médico Breuer os Estudos sobre a histeria – obra essencial para a compreensão da psicanálise. Relatando os casos de cinco pacientes – entre elas a célebre Anna O. -, eles argumentam que os histéricos sofrem por haverem sufocado a memória dos eventos que originaram a doença. É preciso, então, trazer à luz esses traumas, inicialmente por meio da hipnose. Mas, como isso não funciona com alguns pacientes, Freud passa a recorrer à associação livre, tornando seu método ainda mais complexo.

A INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS (1900)
A primeira edição de A interpretação dos sonhos foi lançada no final de 1899 (com data de 1900) numa tiragem de apenas seiscentos exemplares, que levaram oito anos para serem vendidos. Mais de um século depois, ele se tornou um dos livros mais influentes da época moderna, com incontáveis edições em dezenas de línguas.
O livro se divide em sete grandes capítulos. No primeiro, Freud passa em revista toda a bibliografia sobre o tema, desde a Antiguidade. O segundo traz seu método de interpretação, com o exemplo do “sonho da injeção de Irma”. Analisando quase 50 sonhos próprios e centenas de sonhos relatados na literatura, Freud chega à conclusão de que o sonho é realização disfarçada de um desejo reprimido, muitas vezes de origem infantil. Isso constitui o tema dos três capítulos seguintes do livro. Já o capítulo 6 estuda os mecanismos que o “trabalho do sonho” utiliza para disfarçar ou deformar o desejo: a condensação e o deslocamento do material. Também as formas de representação com símbolos são abordadas. O último capítulo, o mais teórico, expõe a psicologia dos processos oníricos.

PSICOPATOLOGIA DA VIDA COTIDIANA (1901)
Uma das obras mais acessíveis de Freud Não há teoria psicológica que já tenha conseguido prestar contas de maneira coerente do fenômeno fundamental do recordar e do esquecer. Sobre a psicopatologia da vida cotidiana, de Sigmund Freud (1856-1939), é, a um só tempo, uma das obras do autor mais acessíveis ao público leigo e um dos textos fundadores do método psicanalítico. Trata-se de uma coletânea de pequenas histórias que compõem uma amostra da presença do inconsciente em atos falhos do cotidiano de pessoas saudáveis: esquecimentos aparentemente sem razão, lapsos de fala, enganos e erros. Tomando exemplos da própria vida, de seus pacientes, de colegas e pessoas em geral, Freud demonstra, num linguajar coloquial despido de termos técnicos, de que forma motivações inconscientes podem estar por trás de uma chave trocada, da substituição involuntária de palavras e nomes próprios por outros, de enganos fortuitos – fenômenos presentes no dia a dia de todos nós.

TRÊS ENSAIOS SOBRE A TEORIA DA SEXUALIDADE (1905)
Este sexto volume das obras completas de Freud traz textos fundamentais para o entendimento da psicanálise, como Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, que recorre a sexólogos contemporâneos do psicanalista e às observações feitas a partir de seus pacientes para enfatizar a centralidade do sexo na vida humana. Tratando das aberrações sexuais, da sexualidade infantil e adulta, Freud amplia e reformula o conceito de sexualidade. Outro grande texto deste volume é “O caso Dora”, primeiro dos cinco casos clínicos mais importantes de Freud. Interpretando dois sonhos de “Dora”, ele procura desvendar seus sintomas histéricos e sua correlação com a recusa do sexo.

OS CHISTES E SUA RELAÇÃO COM O INCONSCIENTE (1905)
Na década de 1890, Freud juntou várias piadas de judeus, e foi com base sobretudo nessa reunião que escreveu O chiste e sua relação com o inconsciente, sua maior contribuição ao estudo da estética. O livro investiga as fontes inconscientes do prazer que sentimos com gracejos, piadas, trocadilhos etc. A característica principal de um chiste não se acha em seu conteúdo, mas em sua técnica: o pensamento é condensado por meio de uma palavra modificada, como quando um pobre coitado diz: “Rothschild me tratou como um igual, de modo bem “familionário” (juntando “familiar” e “milionário”)”. Processos similares ocorrem nos sonhos, mas, à diferença destes, os chistes requerem uma audiência, têm uma função social. Eles geram uma “economia do gasto psíquico”, ao permitir que obtenhamos prazer de assuntos reprimidos. Brincando, podemos dizer as coisas mais sérias.

TOTEM E TABU (1913)
O volume 11 das Obras completas de Sigmund Freud traz um de seus textos mais conhecidos: “Totem e tabu”, acompanhado por “Contribuição à história do movimento psicanalítico” e outros textos. O subtítulo de “Totem e tabu” – Algumas concordâncias entre a vida dos homens primitivos e dos neuróticos – não chega a dar ideia da riqueza dos temas que aborda: os quatro ensaios que o compõem tratam da origem da religião e da moralidade, ou seja, da própria civilização. Baseando-se em estudos de antropologia, biologia e história, Freud lança a conjectura de que o ato fundador da sociedade humana foi o assassinato do pai da horda primitiva pelos próprios filhos. “Totem e tabu” foi a primeira aplicação da psicanálise a questões de psicologia social. A “Contribuição à história do movimento psicanalítico” descreve o desenvolvimento inicial da psicanálise e foi escrita com intenção polêmica, depois que dois dos principais discípulos de Freud, Alfred Adler e C. G. Jung, divergiram do mestre. “O interesse da psicanálise” procura sintetizar tudo o que na nova disciplina podia ser de interesse para a psicologia e para as outras ciências – entre essas, a linguística, a filosofia, a biologia, a antropologia, a história, a sociologia e a estética. “Sobre a fausse reconnaissance no trabalho psicanalítico” explica o fenômeno de o paciente afirmar já ter dito algo, quando na realidade não o fez. Por fim, o ensaio sobre o Moisés de Michelangelo oferece uma nova descrição e interpretação da célebre estátua do gênio renascentista.

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